Segundo a Receita Federal, as vendas
de empresas via PIX são análogas às operações pagas pelos clientes à vista, em
dinheiro vivo, quando há transferência imediata do valor da mercadoria. E o
Fisco também diz que são consideradas no faturamento das empresas para fins de
enquadramento no Simples Nacional.
Implementado pelo Banco Central, o
PIX é um sistema de transferências em tempo real e 24h por dia, que também vem
sendo utilizado por empresas como forma de pagamento de produtos e serviços.
“O PIX é análogo ao dinheiro em
espécie. As vendas pagas com PIX estão inclusas no faturamento para efeito dos
limites do Simples Nacional”, declarou a Secretaria da Receita Federal ao ser
questionada pelo g1.
As vendas por meio de transferências
eletrônicas, entretanto, são mais fáceis de serem fiscalizadas pela Receita
Federal. Pois, ao contrário do dinheiro em espécie, deixam rastro no sistema de
pagamentos
O g1 entrou em contato com a Receita
Federal e perguntou se empresas do Simples estão sendo notificadas (convidadas
a pagar impostos) por ultrapassar seus limites de faturamento por conta de
pagamentos recebidos via PIX.
Também foi questionado à receita se
as empresas estão sendo autuadas por infrações com base em informações do
sistema instantâneo de pagamentos. O g1 não obteve as respostas até a última
atualização desta reportagem.
Limites do Simples
O Simples Nacional corresponde a um
regime simplificado de tributação destinado a microempresas e empresas de
pequeno porte.
Microempreendedor individual (MEI) :
limite de R$ 81 mil por ano e, para transportador autônomo de cargas, de R$
251.600,00 por ano.
No caso das microempresas, o limite
de faturamento anual é de até R$ 360 mil. Para as empresas de pequeno porte, o
valor é R$ 4,8 milhões.
Em janeiro deste ano, o governo
editou medidas para regularizar dívidas de MEIs e de pequenas empresas optantes
pelo programa.
Fisco e as movimentações financeiras
Em 2020, assim que o PIX foi implementado,
a Receita Federal informou que acompanharia de perto as movimentações
financeiras efetuadas pelos brasileiros e pelas empresas por meio do novo
sistema instantâneo de pagamentos.
"As informações sobre
movimentação financeira dos contribuintes permanecem sendo importantes para
identificar irregularidades e dar efetividade ao cumprimento das leis
tributárias", informou o órgão ao g1 naquele momento.
De acordo com a Receita, a prestação
de dados financeiros pelos bancos assegura os "elementos mínimos
necessários para garantir os meios para que a Administração Tributária consiga
ser efetiva no cumprimento de sua missão".
"Portanto os valores globais de
movimentação financeira e saldos continuam sendo declarados [pelas instituições
financeiras ao Fisco] da mesma forma, sem diferenciar se são oriundos do PIX ou
de TED, por exemplo", acrescentou.
O órgão lembra que os bancos informam
transferências bancárias de contribuintes por meio da "e-Financeira".
"Apenas os valores globais de débito e crédito consolidados mensalmente
por conta e por contribuinte", explicou a Receita, em 2020.
Na avaliação do órgão, os dados da
e-Financeira "são uma base importante de dados para a Receita Federal e
têm ganhado uma importância crescente no mundo todo em razão da necessidade de
transparência, conformidade e combate a ilícitos"
Fonte- portal contábeis